quinta-feira, 19 de novembro de 2009
sexta-feira, 24 de julho de 2009
E se eu pudesse pôr tudo em palavras:
Exatas,
Fechadas,
Redondas?
E se tu fosses simples
E eu fosse assim?
E se o divã fosse de Morfeu,
Os lençóis no real,
E os sonhos, passado?
E se Freud fosse Krueger,
Virginia, o big bad Woolf,
E Amado menos amante?
E se eu escrevesse,
E tu lesses?
Será que assim,
Eu ouvia de novo tua voz?
domingo, 12 de julho de 2009
Love it!
Well, but I have! – said I
I did it too much.
But… how? How is that? How much?
Much too much:
To the bones, to “mon coeur”;
Through the soul;
yes, even there.
But when, where, whom?
It is of no importance now…
For now, I love still:
Enough of them,
But not enough of each.
quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009
Metafísica do divã
Metafísica do divã
Mãe e filha conversam à mesa, depois do jantar e a meio caminho de derrubar uma garrafa de vinho. A filha, que adora ouvir as hipérboles dramáticas de sua mãe, pergunta:
- Mãe, como você imagina o inferno?
- No inferno, não tem nada. Não tem vida. Tudo acabou.
A filha, querendo aguçar a imaginação de sua mãe, insiste:
- Não, eu não quero saber filosoficamente. Quero saber da imagem. Qual o cenário que vem à tua cabeça quando pensas: Inferno?
- Fim. Ausência de esperança e de existência.
- Tá. Mas e o cenário? Fogo, demônios, trevas, sei lá!
- Não... eu acho que o inferno é o cessar de existir... Acabou. Não tem mais nada para você...
Um tanto desapontada com a resposta pouco imaginética e muito existencial de sua mãe, a filha resolve prosseguir:
- E o purgatório?
- O purgatório? – responde a mãe, sem precisar nem considerar. – O purgatório, você fica ali, em análise.
terça-feira, 17 de fevereiro de 2009
Nebuloso
Nebuloso
A necessidade de escrever
antagoniza o vazio de palavras.
O paradoxo perde seu sentido
na frequência da agonia.
A tempestade de sentimentos
não resolve nada. Nada.
Era melhor que fosse menos...
Ou mais.
O antes reza a pressa em saber.
O depois silencia, sem consentir.
Entre eles só a tempestade.
E as palavras, e os sussuros,
e os lábios, o que dizem?
Não quero ouvir.