domingo, 24 de janeiro de 2010

we're going home

Guardar os livros novos - e usados - a roupa suja, os presentes, as perspectivas, a repentina coragem de mudança, os quilos a mais. Fechar a mala, os olhos, a luz, a porta, os parênteses. Deixar a cópia da chave, as sacolas vazias, as palavras de saudades antecipadas, os passeios não feitos, os filmes não assistidos, as pessoas não encontradas. Voltar pra casa, pra rotina, pras obrigações, pros medos, pro grande espelho no banheiro.

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Happy endings

Os filmes nos matam na transição do clímax para o final feliz. É naquele fade-out/fade-in, quando mais uma cena surge, trazendo consigo a esperança de um “twist on the twist”, é ali que todo o problema começa.

Proponho que pausemos as histórias aos 4/5 de seu curso, pois é até onde vamos desse lado da tela. Ficamos ali no desencontro, na raiva, nas coisas não ditas, nos beijos não dados, nos mistérios não resolvidos. Ficamos na hesitação, na rotina, na segurança, na polidez, no medo de doer, no pavor da vergonha, na conservação do vão self-love, whatever that means.

O último quinto não existe por duas razões: so much for happy when it comes to human; so much for ending, when it comes to life.

domingo, 3 de janeiro de 2010

Domingo, 23:51

Buscar, trocar, predizer, tropeçar: em palavras.
List your guilty pleasures:
mas não o são todos?

Tranco portas e espio pela fechadura (sutilmente).
Não como Alice: nada de gatos ou chapeleiros;
só o medo de abraçar e de sur-render-me.

Busco, troco, predigo, tropeço: em intenções.
Meus prazeres culposos?
Todos o são.